Enquanto a saúde do Amazonas enfrenta crise, Wilson Lima vai a São Paulo participar de ato com Bolsonaro por anistia a golpistas
- Portal Norte Real
- 5 de abr.
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AMAZONAS — O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), confirmou que irá participar do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo no próximo domingo (6), na Avenida Paulista. A manifestação tem como pauta central o pedido de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas por bolsonaristas inconformados com o resultado das eleições de 2022.
O evento é apoiado por lideranças da extrema-direita brasileira e conta com a articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de parlamentares e governadores alinhados ao bolsonarismo. Entre os confirmados está Wilson Lima, que declarou ter aceitado o convite para participar da mobilização.
A decisão do governador ocorre em um momento em que o sistema de saúde pública do Amazonas atravessa uma grave crise. Em mensagem governamental recente, o próprio Lima reconheceu os desafios na área e mencionou a necessidade urgente de reestruturação do setor, apontando inclusive para um “problema humanitário” no estado.
Reportagens recentes indicam dificuldades no atendimento em unidades hospitalares, superlotação, falta de medicamentos e profissionais sobrecarregados. Apesar disso, o chefe do Executivo estadual prioriza a participação em um ato político de cunho ideológico fora do Amazonas.
A ida de Wilson Lima ao evento tem gerado críticas nas redes sociais e entre parlamentares locais, que questionam as prioridades do governo estadual diante das necessidades urgentes da população amazonense. Para opositores, a presença no ato em defesa de anistia a condenados por tentativa de golpe representa um alinhamento preocupante com práticas antidemocráticas e um afastamento das responsabilidades administrativas do Estado.
A manifestação do próximo domingo promete mobilizar apoiadores de Bolsonaro em mais uma tentativa de pressionar as instituições democráticas e o Supremo Tribunal Federal, que tem julgado os réus pelos crimes cometidos em janeiro de 2023. Até o momento, centenas de pessoas já foram condenadas por envolvimento nos atos.
Foto: Divulgação
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